sábado, 1 de dezembro de 2012

Olá, nós somos alunos do Pedro II - Uned.- Niterói, e criamos esse blog no intuito de levar até vocês parte da história que nos antecedo, pois é de extrema importância darmos o devido valor a realidade que nos cerca e a partir de acontecimentos passados, entender o porque das coisas.

" A sociedade que não conhece o seu passado está condenada a repeti-lo"George Santayana


Grupo: Gabriela Araujo (17), Desirée Brito (10), Bruno Lopes (06), Gabriel Alves (14), Gabriel Orsi (36) e Sarah U.

Turma: 2202





- Assista alguns vídeos falando um pouco sobre a Guerra do Paraguai:







Introdução

A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul no século 19. Rivalidades platinas e a formação de Estados nacionais deflagraram o confronto, que destruiu a economia e a população paraguaias.
É também chamada Guerra da Tríplice Aliança (Guerra de la Triple Alianza) na Argentina e Uruguai e de Guerra Grande, no Paraguai.
 A Guerra do Paraguai durou seis anos. Teve seu início  em dezembro de 1864 e só chegou ao fim no ano de 1870, com a morte de Francisco Solano Lopes em Cerro Cora. 



Contexto Histórico

O Império do Brasil nasceu com a pretensão de estender seu domínio até as margens do Rio da Prata. Derrotado nesta intenção, quando teve que aceitar a independência da província Cisplatina, que deu origem à república do Uruguai, não abandonou a pretensão de ser a força hegemônica na região. Visava abrir a bacia da Prata à livre navegação, fato que lhe garantiria melhor comunicação com suas províncias do Centro-Oeste, Mato Grosso e Goiás, e impedir a formação de um poderoso Estado na região que viesse a unificar o antigo Vice-Reino da Prata. A partir de 1851, o Império passou a atuar ativamente na região da Prata quando, aliado a Justo José Urquiza, caudilho das províncias argentinas de Entre Ríos e Corrientes, derrotou Juan Manoel Rosas, governante de Buenos Aires.
No século XIX, as nações americanas emancipadas após a crise do sistema colonial se lançaram ao desafio de estabelecerem a soberania política e econômica de seus territórios. Essa seria uma tarefa bastante difícil, pois passados séculos de dominação colonial, esses novos países teriam que enfrentar os desafios estabelecidos pelo capitalismo industrial e financeiro do período.

Segundo alguns estudiosos, o processo de independência das nações latino-americanas não significou o fim da subserviência política e da dependência econômica. Sob outros moldes, esses países ainda estavam presos a instituições corruptas e à antiga economia agroexportadora. Contrariando essa tendência geral, durante o século XIX, o Paraguai implementou um conjunto de medidas que buscavam modernizar o país.

Nos governos de José Francia (1811-1840) e Carlos López (1840-1862) o analfabetismo foi erradicado do país e várias fábricas foram instaladas com o subsídio estatal. Além disso, melhorou o abastecimento alimentício com uma reforma agrária que reestruturou a produção agrícola paraguaia ao dar insumos e materiais para que os camponeses produzissem. Esse conjunto de medidas melhorou a condição de vida da população e fez surgir uma indústria autônoma e competitiva.


Causas

No ano de 1862, Solano López chegou ao poder com o objetivo de dar continuidade às conquistas dos governos anteriores. Nessa época, um dos grandes problemas da economia paraguaia se encontrava na ausência de saídas marítimas que escoassem a sua produção industrial. Os produtos paraguaios tinham que atravessar a região da Bacia do Prata, que abrangia possessões territoriais do Brasil, Uruguai e Argentina.

Segundo alguns historiadores, essa travessia pela Bacia do Prata era responsável, vez ou outra, pela deflagração de inconvenientes diplomáticos entre os países envolvidos. Visando melhorar o desempenho de sua economia, Solano pretendia organizar um projeto de expansão territorial que lhe oferecesse uma saída para o mar. Dessa maneira, o governo paraguaio se voltou à produção de armamentos e a ampliação dos exércitos que seriam posteriormente usados em uma batalha expansionista.

Desde sua independência, os governantes paraguaios afastaram o país dos conflitos armados na região Platina. A política isolacionista paraguaia, porém, chegou ao fim com o governo do ditador Francisco Solano López.

Em 1864, o Brasil estava envolvido num conflito armado com o Uruguai. Havia organizado tropas, invadido e deposto o governo uruguaio do ditador Aguirre, que era líder do Partido Blanco e aliado de Solano López. O ditador paraguaio se opôs à invasão brasileira do Uruguai, porque contrariava seus interesses.
Como retaliação, o governo paraguaio aprisionou no porto de Assunção o navio brasileiro Marquês de Olinda, e em seguida atacou a cidade de Dourados, em Mato Grosso. Foi o estopim da guerra. Em maio de 1865, o Paraguai também fez várias incursões armadas em território argentino, com objetivo de conquistar o Rio Grande do Sul. Contra as pretensões do governo paraguaio, o Brasil, a Argentina e o Uruguai reagiram, firmando o acordo militar chamado de Tríplice Aliança.
No entanto, outra corrente historiográfica atribuiu o início da guerra aos interesses econômicos que a Inglaterra tinha na região. De acordo com essa perspectiva, o governo britânico pressionou o Brasil e a Argentina a declararem guerra ao Paraguai alegando que teriam vantagens econômicas e empréstimos ingleses caso impedissem a ascensão da economia paraguaia. Com isso, a Inglaterra procurava impedir o aparecimento de um concorrente comercial autônomo que servisse de modelo às demais nações latino-americanas.
 Foi por isso, que os ingleses ficaram ao lado dos países da tríplice aliança, emprestando dinheiro e oferecendo apoio militar. Era interessante para a Inglaterra enfraquecer e eliminar um exemplo de sucesso e independência na América Latina. Após este conflito, o Paraguai nunca mais voltou a ser um país com um bom índice de desenvolvimento econômico, pelo contrário, passa atualmente por dificuldades políticas e econômicas.



A Guerra
Solano López, acreditando no poderio de seu exército, com um contingente mobilizado numeroso mas mal equipado, e superestimando as dissensões internas na Argentina e no Brasil, após advertir que não admitiria a interferência brasileira, invadiu a província do Mato Grosso. Em seguida, pediu permissão à Argentina para que suas tropas pudessem atravessar seu território e, assim, socorrer o Uruguai e invadir o Rio Grande. Diante da negativa do governo Mitre, que, de fato, apoiava a intervenção brasileira contra os blancos uruguaios, invadiu Corrientes, na esperança de contar com o apoio do general Urquiza, que se opunha ao governo mitrista. Suas previsões fracassaram. Brasil, Argentina e Uruguai formaram a Tríplice Aliança entre Brasil, Argentina e Uruguai e, após derrotaram os paraguaios em Uruguaiana, expulsaram suas tropas da Argentina e prepararam a invasão do Paraguai.

Acreditava-se que a guerra seria breve. Não foi. Depois de uma primeira grande batalha campal em Tuiuti, em maio de 1866, quando a fina-flor do exército paraguaio foi destruída, os aliados depararam-se com as fortificações de Humaitá às margens do rio Paraguai, onde permaneceram praticamente inativos por mais de um ano. Enfrentando um inimigo ferrenho em um terreno pantanoso e desconhecido, mostraram-se incapazes de progredir. Em julho de 1867, uma tentativa de assalto às posições paraguaias em Curupaiti resultou em uma sangrenta derrota aliada. Humaitá só seria capturada em agosto do ano seguinte. Nesta altura, a guerra já era conduzida praticamente pelas forças brasileiras. Enfrentando uma forte oposição ao recrutamento e rebeliões armadas, o governo argentino teve que reduzir drasticamente seu contingente na frente de operações. O exército brasileiro, sob o comando de Caxias, tivera que passar por uma forte reestruturação para se adaptar às condições de uma guerra prolongada e de tais proporções. 
Os paraguaios, apesar dos enormes sacrifícios e das perdas sofridas, estavam longe do fim e reorganizaram uma nova linha de defesa, com um novo exército, um pouco mais acima, às margens do rio Paraguai. Em dezembro de 1868, após uma série de combates, eles foram novamente derrotados e Assunção foi ocupada pelos brasileiros em janeiro de 1869. López conseguiu fugir e organizar um novo exército, em sua maioria formada por velhos e crianças, no norte do país. Caxias, já com mais de sessenta anos, cansado e considerando que o prosseguimento da guerra era inútil e que somente os argentinos, fornecedores de suprimentos para o exército aliado e, no fundo, a principal ameaça à hegemonia brasileira na região, retirou-se. Assumiu o comando o conde D'Eu, nobre francês marido da Princesa Isabel. Depois de mais uma batalha em Campo Grande, em que perdeu seu último exército de meninos e velhos, em agosto de 1869, Francisco Solano López , acompanhado de um punhado de seguidores, ainda conseguiu evadir-se. Finalmente, em 1o de março de 1870, seu acampamento foi cercado e, após breve, mas sangrenta refrega, ele foi morto pelas forças brasileiras que o perseguiam.



 Consequências
O Paraguai sofreu grande redução em sua população. A guerra acentuou um desequilíbrio entre a quantidade de homens. Algumas fontes citam que 75% da população paraguaia teriam perecido ao final da Guerra. Estimativas contemporâneas, contudo, fixam o percentual de perdas de vidas entre 15% e 20% da população.
Dos cerca de 160 mil brasileiros que combateram na Guerra do Paraguai as melhores estimativas apontam cerca de 50 mil óbitos e outros mil inválidos. Outros ainda estimam que o número total de combatentes possa ter chegado a 400 mil, com 60 mil mortos em combate ou por doenças.
As forças uruguaias contaram com quase 5.600 homens, dos quais pouco mais de 3.100 morreram durante a guerra devido às batalhas ou por doenças.
Já a Argentina perdeu cerca de 18 mil combatentes dentre os quase 30 mil envolvidos. Outros 12 mil civis morreram devidos principalmente a doenças.
No Brasil, a guerra cobrou um alto tributo de sangue. Entre 150 e 200 mil homens foram mobilizados para a guerra, um número elevado de soldados, não menos que 50.000, alguns estimam em até 100.000 , não voltaram.



Pós-guerra
Não houve um tratado de paz em conjunto. Embora a guerra tenha terminado em março de 1870, os acordos de paz não foram concluídos de imediato. As negociações foram obstadas pela recusa argentina em reconhecer a independência paraguaia.
O Brasil não aceitava as pretensões da Argentina sobre uma grande parte do Grande Chaco, região paraguaia rica em quebracho (produto usado na industrialização do couro). A questão de limites entre o Paraguai e a Argentina foi resolvida através de longa negociação entre as partes. A única região sobre a qual não se atingiu um consenso — a área entre o rio Verde e o braço principal do rio Pilcomayo — foi arbitrada pelo presidente estado-unidense Rutherford Birchard Hayes que a declarou paraguaia. O Brasil assinou um tratado de paz em separado com o Paraguai, em 9 de janeiro de 1872, obtendo a liberdade de navegação no rio Paraguai. Foram confirmadas as fronteiras reivindicadas pelo Brasil antes da guerra. Estipulou-se também uma dívida de guerra que foi intencionalmente subdimensionada por parte do governo imperial do Brasil, mas que só foi efetivamente perdoada em 1943 por Getúlio Vargas, em resposta a uma iniciativa idêntica da Argentina.
O reconhecimento da independência do Paraguai pela Argentina só foi feito na Conferência de Buenos Aires, em 1876, quando a paz foi estabelecida definitivamente.
Em dezembro de 1975, quando os presidentes Ernesto Geisel e Alfredo Stroessner assinaram em Assunção um Tratado de Amizade e Cooperação, o governo brasileiro devolveu ao Paraguai troféus da guerra.